Seiras Cabeço da Moura

“Os primeiros registos do “Cabeço da Moura” ou Castelo dos Mouros, na zona do Castrilhão, data da idade do Ferro, cerca de 2000 anos atrás. Neste povoado com uma pequena fortificação encontramos os primeiros vestígios de civilização em Vilarinho de Agrochão.

A cultura do Olival está presente nesta zona desde esse período histórico.

O Olival de onde este azeite é proveniente pertence à nossa família à pelo menos quatro gerações.

Decidimos juntar-nos à iniciativa Seiras para melhorar e promover melhor o nosso produto, bem como divulgar a qualidade do Azeite transmontano.”

Seiras Fernando Carvalho

“Foi na década de 30, que a família Carvalho adquiriu o 1º olival, no lugar que dá pelo nome de CAMPANÁRIO, tinha uma área aproximada de 3 ha.

Ainda nessa década, e nessa zona se aumentou a produção, fruto da aquisição de outros olivais. Na década de 80 com a aquisição de mais olivais, totalizam hoje 40 ha.

Aderimos à iniciativa SEIRAS, com muito gosto, pois é uma mais valia de promoção dos nossos azeites, elaborado 100% a frio à maneira antiga através de um sistema de prensagem tradicional.”

Seiras Dulcínio Teixeira

“A família Teixeira, desde 1900 que tem ligação ao mundo da olivicultura.

A família tinha um lagar de azeite em Argana, para sua própria produção, que ainda extraía azeite com a ajuda de animais.

Em 1910, a família abandonou a transformação e dedicou-se apenas, à produção de azeitona.

Entretanto na família de 3 irmãos foi o meu Pai que ficou entregue à exploração de 20 ha de olival, desde aí, até ao ano de 2000, altura em que eu decidi dedicar-me à olivicultura biológica, aumentei a área para o dobro e investi na mecanização no olival.

O projeto Seiras agradou-me bastante pois vai fazer com que valorize o meu trabalho.”

Seiras Adriano Barreira

“Desde o tempo dos meus bisavós que se produz azeite na família Barreira.

O meu avô, Adriano Barreira, cuidava da terra com toda a sabedoria que lhe foi transmitida, ensinando o meu Pai, que desde cedo teve que ficar a cuidar da casa.

Com muita dedicação e trabalho foi aumentando a área agrícola – de 200 oliveiras há 20 anos, passamos a mais de 2000 e continuamos com plantação de oliveiras.

Queremos que esta dedicação à terra, por conseguinte, a produção de um azeite com qualidade, se perpetue pelas gerações seguintes, não esquecendo o que os nossos antepassados construíram.

O projeto Seiras é uma mais valia para todos nós, pois reconhece omérito do nosso trabalho, fazendo parecer especial todo o nosso esforço.”

Seiras Paula Paulo

“Nasci e cresci na pequena aldeia de Paradela, concelho de Mirandela. Quando me tornei mulher rumei para terras mais quentes – o Algarve.

Grande parte da minha vida foi vivida na região sul do nosso país, mas os sabores e aromas do nosso fumeiro, das nossas colheitas e, principalmente, do nosso azeite marcam sempre presença na minha mesa.

Durante muitos anos, acompanhei à distância a dedicação que os meus pais depositavam sobre os seus/nossos campos, semeando com carinho e colhendo com amor tudo aquilo que a terra lhes dava. Foi deles que herdei a paixão de plantar, cuidar e ver crescer tudo aquilo que ao solo se deita.

Há três anos, devido ao estado de debilidade em que os meus pais se encontravam, vi-me obrigada a “arregaçar as mangas” e a fazer cumprir um dos últimos pedidos do meu pai – o de tomar conta das terras.

Foi a partir daqui, que me apercebi que o chamado “Ouro Negro de Trás – os – Montes” não estava a ser valorizado como devia. Porquê? Grandes entidades usam a mesma metodologia – comprar a nossa azeitona ao desbarato e ainda misturar com outras qualidades de azeitona que não são da nossa região, tornando o azeite barato mas não com a mesma qualidade que o nosso.

E foi por isso que não hesitei em fazer parte desta equipa de parceiros do lagar do Sr. Branco, visto que o método de produção é todo ele feito à moda antiga. Neste projeto percebi que os pequenos agricultores também têm lugar no mercado e é com este pensamento que me dedico a 100% a esta iniciativa, para que um dia os meus filhos possam ver o nosso olival com o mesmo brilho no olhar com que eu olho. ”

Seiras Freitas

“Nasci nesta pequena aldeia do Regodeiro, que fica situada no fundo da serra do Regodeiro, na qual fui criado até aos meus 17 anos. Com essa idade embarquei para Moçambique, onde trabalhei na área do comércio durante 3 anos, e de seguida na agricultura durante 8 anos.

Regressei à minha terra, e com algumas economias que tinha juntado, resolvi comprar algumas terras e oliveiras, tendo sempre a necessidade de conjugar a agricultura com outras profissões, pois os rendimentos não eram suficientes para governar a minha vida e a da minha família.

Tive mais uma vez de emigrar para a Alemanha, para dessa forma conseguir obter mais rendimentos, regressando mais uma vez à minha terra natal, onde me dediquei exclusivamente à agricultura, plantando oliveiras todos os anos.

Hoje tenho o triplo de oliveiras, começando então a produzir azeite para consumo e venda.

A parceria com a iniciativa Seiras trouxe a valorização ao meu azeite e estabilidade financeira para conseguir me dedicar e trabalhar na agricultura de forma sustentável.”

Seiras Sá

“Nasci em Vilarinho de Agrochão, aldeia onde vivi até aos meus 20 anos, idade na qual fui para a tropa em Lisboa, e por lá organizei a minha vida.

Com o falecimento dos meus pais e dos meus sogros, tomei a decisão de continuar a cultivar os seus olivais, e dar continuidade à produção de azeite. A minha paixão pela olivicultura fez com que compra-se mais alguns terrenos, e hoje tenho o dobro da produção que os meus pais e sogros me deixaram.

Ao longo dos meus cerca de 42 anos em Lisboa, nunca deixei para trás o cultivo dos meus terrenos, que regularmente visitava, acabando por regressar de vez à minha terra natal já com 62 anos, dedicando-me exclusivamente à agricultura. Contudo esta área apresenta algumas dificuldades, como o facto de existir uma falta de corporativismo entre as pessoas, em que reina o individualismo, levando a uma pouca promoção da olivicultura aqui na região de Trás-os-Montes.

O conceito Seiras para mim vem mudar esta perspetiva, sendo uma iniciativa muito importante e inovadora, pois valoriza o azeite e a qualidade do mesmo, com a promoção das melhores práticas de olivicultura. Seiras dá as mesmas oportunidades aos pequenos produtores como a grandes produtores, incentivando ainda os que têm uma pequena produção a não abandonar a olivicultura.”